Mapeamento genético faz parte da segunda fase do projeto Agro Bioma Brasil, que será focado no plantio de soja, contribuindo com sua sustentabilidade (Foto: Divulgação)

A biotech B4A, empresa que integra o   SNASH ,  ecossistema de inovação apoiado pela da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), vai avaliar a microbiologia em áreas de Cerrado na segunda fase do projeto Agro Bioma Brasil.

A startup mapeou 27.150 hectares em 7 diferentes sistemas de cultivo (soja-milho, soja-trigo, soja-algodão, cana-de-açúcar, café, mata nativa e eucalipto), sendo 50,3% em áreas do Cerrado. Neste novo ciclo, vai focar no biomonitoramento da microbiota do solo dos sistemas de soja nesse bioma, que representa a maior área plantada do principal grão cultivado no país.

O objetivo do projeto é identificar padrões de cultura e regiões, traçando perfis, a fim de ajudar produtores não só a melhorarem sua produtividade, mas também monitorar e comprovar a melhoria da saúde do solo.

Para isso, o processo será realizado em três fases, considerando os três ciclos de cultivo, de modo a identificar a evolução do solo no período e proporcionar novos insights aos produtores ao longo do projeto.

A primeira fase será o biomonitoramento e a apresentação de estratégias para a melhoria do solo. Já a segunda, será o fornecimento de um bioindicador de maturidade, que permitirá avaliar a resiliência do solo e, consequentemente, mensurar os esforços do produtor para a conservação da área. A terceira etapa será o fornecimento de bioindicador de carbono do solo.

Parcerias

O objetivo do projeto é identificar padrões de cultura e regiões, traçando perfis, a fim de ajudar produtores não só a melhorarem sua produtividade, mas também monitorar e comprovar a melhoria da saúde do solo. Foto: Divulgação

O bioindicador de maturidade está sendo desenvolvido em parceria com o LIF (Land Innovation Fund), fundo criado em 2021 que apoia iniciativas focadas em promover uma cadeia de suprimentos da soja sustentável com impacto econômico nos biomas latino-americanos Cerrado, Amazônia e Gran Chaco.

Nesse ano, a B4A foi uma das startups selecionadas pelo fundo para fazer parte do Programa Soja Sustentável do Cerrado, resultado da parceria entre o LIF e o AgTech Garage, com apoio estratégico da Cargill, CPQD, Embrapa e Embrapii.

Práticas sustentáveis

De acordo com Leonardo Gomes, sócio-fundador da companhia, os índices obtidos serão importantes para que os produtores possam reivindicar incentivos. “A comprovação da saúde do solo é importante, inclusive, para pleitear títulos de crédito como a CPR Verde (Cédula de Produto Rural), concedida pelo governo para quem adota práticas sustentáveis”, destaca.

Com isso, segundo o executivo, o Agro Bioma Brasil pretende impulsionar a agricultura sustentável não apenas fundamentando cientificamente a aplicação de manejos regenerativos, mas também fornecendo meios de validação para a concessão de crédito onde o impacto dessas áreas já é verificável, incentivando a manutenção da saúde dos solos a longo prazo.

Com parcerias estratégicas, o projeto visa criar um ecossistema completo para produtores, agrônomos e pesquisadores, que poderão acompanhar os resultados e também contribuir com o projeto.

 

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Impactos do Agro Bioma Brasil

Na primeira etapa do Agro Bioma Brasil, os participantes obtiveram insights importantes sobre os respectivos cultivos contribuindo com a melhoria da qualidade do solo, com a eficiência produtiva e a recuperação de áreas degradadas. A consultoria Bom Cultivo, que atua na Região Sul, por exemplo, constatou aumento de até 91% da supressividade do solo em algumas amostras após a aplicação de produtos biológicos para melhorar a composição da microbiota.

Durante dois anos foram monitoradas diferentes áreas do sistema de cultivo soja-trigo, no Rio Grande do Sul, a fim de comparar características agronômicas, como a pressão de doenças radiculares, a compactação do solo, a umidade e a fertilidade.

Segundo Ezequiel Menegat, engenheiro agrônomo e consultor da Bom Cultivo, havia uma grande dúvida sobre o equilíbrio da microbiota das áreas destinada à produção de grãos. “A gente queria saber se existiam organismos no solo e também se os produtos utilizados realmente traziam benefícios. As diferentes análises da B4A facilitaram na tomada de decisão sobre os micro-organismos que deveriam ser priorizados, gerando assertividade e economia”, afirma.

Durante dois anos foram monitoradas diferentes áreas do sistema de cultivo soja-trigo, no Rio Grande do Sul, a fim de comparar características agronômicas, como a pressão de doenças radiculares, a compactação do solo, a umidade e a fertilidade. Foto: Divulgação

Cerrado

Mais do que vantagens para o produtor que participar do Agro Bioma Brasil, essa análise profunda contribuirá com informações sobre o latossolo Cerrado, que é o mais utilizado para o cultivo de soja no país, engenheira agrônoma e líder de produto da B4A, Camila Castellar.

“Representa um potencial enorme de aumentar a produtividade de forma sustentável. Queremos contribuir com esse crescimento, dando suporte aos produtores na adoção de manejos regenerativos e na construção da saúde do solo, por meio dos resultados microbiológicos do solo”, explica.

Segundo Camila, os insights gerados a partir desse trabalho têm ainda o potencial de contribuir com a redução do desmatamento desse bioma. “Há levantamentos que mostram que as áreas do Matopiba (região que se estende por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) são as mais vulneráveis à ampliação do cultivo de soja por meio da conversão de mata nativa. Por esse motivo, um projeto focado nessa região é tão importante tanto para produtores quanto para a sociedade”, menciona.

Todas as informações sobre o programa e como fazer parte estão no site da B4A: https://biome4all.com.br/agro-bioma-brasil-cerrado/.

Fonte: Assessoria de Comunicação B4A