Quando olhamos para todas as estratégias utilizadas no agronegócio, podemos afirmar que o controle biológico é um dos fatores essenciais para a produtividade e para a eficiência de diversas atividades, sobretudo quando falamos sobre controle de pragas e insetos transmissores de doenças que afetam plantações e produções agrícolas.
Mesmo não se tratando de algo tão novo, o objetivo de reduzir os organismos indesejáveis, considerados pragas, data da década de 1960. Atualmente o controle biológico surge como grande aliada neste processo.
Ao longo deste conteúdo vamos apresentar informações para você entender exatamente o que é esse controle e como as ferramentas de controle biológico permitem mudanças na produção agrícola. Leia e acompanhe.
O que é controle biológico?
Controle biológico é o nome dado a uma abordagem de manejo de pragas e doenças nas plantações agrícolas, a partir da utilização de seus inimigos naturais.
Isso quer dizer que estamos falando de um fenômeno natural, uma alternativa sustentável de baixo risco ambiental. Assim, o controle biológico se baseia nas relações naturais entre organismos para regular a presença de pragas.
Essa abordagem visa preservar o equilíbrio nos ecossistemas agrícolas, minimizando os impactos adversos no meio ambiente e consequentemente na saúde humana, ao reduzir as aplicações químicas nos cultivos de alimentos.
A seguir, explicaremos como é realizado o controle biológico que emprega predadores naturais, parasitóides e patógenos específicos que atacam as pragas de forma seletiva.
Esses inimigos naturais desempenham papéis essenciais na regulação das populações de pragas, contribuindo para a manutenção da biodiversidade e promovendo a saúde das plantas cultivadas.
Essa prática representa uma alternativa mais amigável ao meio ambiente em comparação com o uso intensivo de pesticidas químicos, que podem ter efeitos colaterais nocivos, como a contaminação do solo, da água e a seleção de pragas resistentes. O controle biológico destaca-se como uma estratégia inovadora que está ganhando cada vez mais espaço na agricultura, impulsionando a transição para práticas agrícolas mais sustentáveis.
Quais são os 3 tipos de controle biológico?
Podemos identificar 3 tipos comuns de controle biológico, que explicamos os detalhes a seguir:
1. Controle natural
A estratégia de controle biológico natural consiste na liberação de inimigos naturais das pragas presentes na lavoura, com o objetivo de promover um controle sustentável e manter o equilíbrio do ecossistema.
Essa abordagem visa preservar os predadores que já fazem parte do ambiente, eliminando a necessidade do uso de produtos químicos prejudiciais. É fundamental, no entanto, manter plantas hospedeiras dos inimigos naturais para garantir fontes alternativas de alimento quando a praga não está presente na cultura.
2. Controle clássico
O controle biológico clássico é predominantemente aplicado em culturas perenes ou semi-perenes, visando combater pragas exóticas por meio da importação e colonização de seus inimigos naturais.
Para uma ação eficaz, são realizadas pequenas liberações controladas de predadores ou parasitóides, minimizando o risco de introdução de organismos indesejáveis junto aos benéficos. Essa abordagem funciona a longo prazo, proporcionando um método sustentável de controle de pragas.
3. Controle artificial
No controle biológico artificial, os predadores são criados em laboratórios em larga escala e, em seguida, liberados junto às pragas na lavoura. Esse tipo de interferência é o mais adotado pelos produtores devido à sua eficiência e rapidez no combate às pragas.
Embora seja uma abordagem artificial, esse método ainda contribui para a redução do uso de produtos químicos, oferecendo uma alternativa mais sustentável para o controle de pragas na agricultura.
Como é feito o controle biológico?
Além das informações já claras, apresentamos um passo a passo simplificado sobre como é realizado o controle biológico. É claro que esse processo acontece de forma cuidadosa e estratégica, começando por estudos e profissionalização de quem executa.
- O primeiro passo é a identificação das pragas-alvo, entendendo os detalhes sobre sua biologia, ciclo de vida e o impacto na lavoura.
- Em seguida, são selecionados e introduzidos os organismos predadores ou parasitas adequados.
- O terceiro passo é o de monitoramento constante das populações de pragas e seus inimigos naturais, afinal, aqui são apresentadas estratégias de ação conforme necessário
- Por fim, ainda podemos contar com uma seleção de plantas hospedeiras favoráveis aos inimigos naturais que pode ser uma prática complementar para fortalecer a eficácia do controle biológico.
Qual a importância do controle biológico para a sustentabilidade?
Como falamos, o controle biológico desempenha um papel crucial na promoção da sustentabilidade na agricultura, trazendo uma série de benefícios que impactam positivamente o meio ambiente, a saúde humana e a própria viabilidade econômica da produção agrícola.
Além disso, podemos destacar também outros 2 pontos sobre a relação entre controle biológico e sustentabilidade.
- Conservação da biodiversidade: Ao utilizar organismos vivos como agentes de controle de pragas, esse controle promove a biodiversidade nos agroecossistemas. A introdução de predadores naturais e parasitóides mantém um equilíbrio entre as diferentes espécies, contribuindo para a saúde geral do ecossistema agrícola.
- Sustentabilidade econômica do agronegócio: Ao melhorar a eficiência do manejo de pragas, pode resultar em custos de produção mais baixos a longo prazo. A crescente demanda por alimentos produzidos de forma sustentável pode abrir novos mercados e oportunidades econômicas para os agricultores adotarem práticas mais ecológicas.
Esse tema tem ganhado cada vez mais destaque. Inclusive, em agosto de 2023, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, ou simplesmente Embrapa, registrou recorde no número de inscrições para o 17° Simpósio de Controle Biológico. Esse fato destaca o quanto o assunto é relevante para o atual momento do agronegócio.
Como a tecnologia ajuda no controle biológico?
A tecnologia desempenha um papel crucial no avanço do controle biológico. Sensores e sistemas de monitoramento remoto e análise do solo permitem uma avaliação mais precisa das condições do campo, ajudando os agricultores a identificar rapidamente a presença de pragas e seus inimigos naturais.
Algoritmos de aprendizado de máquina são utilizados para analisar grandes conjuntos de dados e prever surtos de pragas, possibilitando uma resposta proativa.
A engenharia genética tem permitido o desenvolvimento de variedades de plantas resistentes a pragas ou que liberam substâncias que atraem inimigos naturais. Essa integração de tecnologia no controle biológico não apenas aumenta a eficácia, mas também melhora a sustentabilidade e a rentabilidade no agronegócio.
Por fim, ainda podemos destacar que a adoção do controle biológico impulsiona a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias relacionadas ao manejo de pragas. Isso estimula a inovação no setor agrícola, resultando em métodos mais avançados e eficientes.
Podemos dizer que encontramos cada vez mais soluções focadas em contribuir com essa atividade. Startups e projetos inovadores estão desenvolvendo controladores biológicos, softwares e hardwares para apoiar os profissionais agrícolas em todos os pontos, incluindo esse tema.
Por isso, aqui no SNASH sempre ressaltamos que a tecnologia é o futuro do agronegócio. Somos um ecossistema de startups focadas nesse setor e temos orgulho de encontrar projetos que realmente estão revolucionando atividades em toda a cadeia do agro.
Então, se você tem um projeto, uma startup ou mesmo uma ideia, mesmo que não seja focada em controle biológico, entre em contato com a gente e entenda como fazer parte desse HUB de inovação.