Startup global oferece soluções tecnológicas avançadas para agricultores de menor porte, como na produção de café no Peru (na foto), ampliando acesso ao mercado de créditos de carbono e gestão inteligente no campo

A Dimitra, startup global, tem se destacado ao oferecer soluções tecnológicas avançadas, como inteligência artificial e blockchain, especialmente direcionadas para pequenos produtores rurais, uma parcela frequentemente deixada de fora pelo mercado.

“A Dimitra surgiu no final de 2020, início de 2021, como uma empresa especializada em blockchain que percebeu um gap entre as tecnologias disponíveis para pequenos produtores em comparação aos grandes. São 500 milhões de pequenas fazendas no mundo, segundo a FAO, e a Dimitra nasceu para preencher essa lacuna”, explica Diego Costa, COO da Dimitra.

A empresa — que integra o hub de startups SNASH — desenvolveu uma plataforma multifacetada que utiliza tecnologia de ponta para facilitar a vida dos pequenos agricultores, através de parcerias com organizações públicas e privadas, como governos, cooperativas e ONGs, que se encarregam de levar as soluções da empresa ao campo.

“O foco da Dimitra sempre foi em levar tecnologia avançada como inteligência artificial, blockchain, relatório de satélite para o pequeno produtor. E para isso a Dimitra é uma empresa que hoje vende B2B”.

Segundo Diego, essa abordagem visa não apenas à adoção da tecnologia, mas também à capacitação dos agricultores, com o auxílio das organizações locais.

Soluções diversificadas

A startup oferece um portifólio diversificado de serviços. Foto: Divulgação

“O agricultor conectado é o início de todo esse processo. Atendemos qualquer produtor de qualquer cultivo que queira ter gestão na sua propriedade, garantir rastreabilidade, e receber uma assistência técnica personalizada por meio de inteligência artificial”.

Entre os principais produtos da Dimitra, estão o Agricultor Conectado, um sistema que oferece gestão da propriedade, rastreabilidade e assistência técnica personalizada para qualquer tipo de cultivo, e o Café Conectado, que monitora o processo desde a entrega do café à cooperativa até a exportação do produto.

Para a pecuária, o Guru da Pecuária é uma solução direta para os pequenos produtores, diferenciando-se dos demais por não depender tanto de cooperativas.

A startup também está de olho no mercado de créditos de carbono, com o lançamento do Dimitra Carbon.

O objetivo é facilitar a participação dos pequenos produtores nesse mercado, eliminando a necessidade de certificações externas caras.

“Os pequenos produtores estão um pouco alijados desse processo também, porque é muito caro. Todo o processo de certificação de uma das principais certificadoras internacionais pode passar dos dez mil dólares , o que a depender da quantidade de agricultores e o tamanho da área pode inviabilizar o projeto”, esclarece Diego.

Sendo assim, a Dimitra oferece total transparência no processo, utilizando blockchain para garantir a validade dos créditos. De forma que quem compra o crédito, e toda a comunidade, pode verificar e auditar cada projeto e rastrear o crédito até a fazenda de origem.

Outra frente em expansão é o Dimitra ESG, focado em organizações que desejam agregar valor sustentável aos seus produtos.

O programa, em parceria com a Associação Brasileira dos Exportadores de Frutas (Abrafrutas), pretende medir e aprimorar a maturidade ESG das empresas para posteriormente auxiliar as empresas interessadas a implementar um programa ESG e se habilitarem em um protocolo ESG definido pela Abrafrutas.

“Acreditamos, especialmente no Brasil, que muitas empresas já são sustentáveis, com muitas iniciativas vinculadas aos princípios e  pilares do ESG, mas elas só precisam de ajuda para organizar essa informação em um padrão ESG” e essa iniciativa da Abrafrutas é inovadora em todo o mundo.

A startup também oferece incentivos para estimular os produtores a alimentar a plataforma com dados, por meio de um programa de pontos, que pode ser trocado por sementes, insumos e até relatórios avançados de satélite.

Para isso, a empresa se diferencia ao incorporar sua própria criptomoeda, que funciona como uma espécie de programa de fidelidade para os produtores.

“Para o produtor, transformamos nossa criptomoeda em um programa de pontos. Ele usa a plataforma, ganha pontos e pode trocá-los por serviços ou produtos”, detalha Diego.

Desafios e expansão

Outro foco principal da Dimitra está em garantir assistência técnica por meio de inteligência artificial, o que permite aos pequenos produtores receberem orientações sem a necessidade de pagar por assistência presencial.

No Brasil, a startup tem ampliado sua atuação, com projetos em estados como Roraima e Bahia, além de iniciativas com cooperativas de cacau e soja.

“A gente nomeou um diretor específico para o Brasil, o que nos deu gás para avançar com esses projetos”, comenta Diego.

Com projetos em 22 países, a Dimitra continua sua missão de democratizar o acesso à tecnologia no campo, ajudando pequenos produtores a melhorar sua eficiência e sustentabilidade.

 

Redação A Lavoura