App auxilia produtores a diminuir a mortalidade, reduzir a quantidade de ração e aumentar os ganhos com a produção de frango de corte (Eriks Henrique dos Santos, à esquerda, e Fabio Eduardo do Vale, à direita), fundadores da Avancode. Foto: Divulgação)

Avicultores desde 2007, Fabio Eduardo do Vale, especialista em redes de computadores e em desenvolvimento de sistemas web, e sua esposa, Rosemeire Sichinelli, perceberam que não havia uma gestão eficaz durante o manejo de frango de corte, uma vez que eles, por morarem em uma cidade localizada a 180 km de distância da propriedade rural, constataram perda de informações e falta de comunicação com o granjeiro.

Diante desse cenário e para solucionar esses problemas, do Vale utilizou essas dores para desenvolver um aplicativo para o seu projeto de especialização em 2017. No final de 2021, juntamente com o engenheiro de software e cofundador da empresa, Eriks Henrique dos Santos, fundaram a Avancode, com foco no desenvolvimento de software que resolve os problemas de companhias de diversos ramos de atuação.

A empresa é uma das integrantes do SNASH, hub de startups apoiado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA). “Neste mesmo ano, vimos um potencial de mercado no projeto desenvolvido na especialização do Fabio e criamos o Agroviário, app de gestão para avicultura”, lembra Santos.

O App

O engenheiro cita que os principais problemas identificados na área de avicultura eram a gestão manual em papeis ou planilhas e a lentidão na recepção de informações de lucratividade do abate. Para resolver esses problemas, foi identificada a necessidade do fornecimento de cálculos em tempo real da viabilidade, conversão alimentar, ganho de peso diário, entre outros.

Além disso, também havia a dificuldade da visualização de gráficos sobre a mortalidade diária, peso e ração e extrair relatórios em PDF para contribuir na tomada de decisão do avicultor. “Para sanar a falta de comunicação dos dados da produção, é possível que técnicos, proprietários e funcionários acompanhem o mesmo lote e comparem com lotes anteriores”, informa Santos, acrescentando que, com o uso do App, o produtor pode realizar a gestão financeira da sua propriedade com receitas e despesas, ocorrências para inserir fotos de incidentes e o zootecnista pode inserir os medicamentos aplicados.

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Evolução

Voltado para B2B e B2C, o Agroviário garante para ambos transparência durante a produção, economia de ração, economia de despesas de deslocamento de zootecnistas, alto índice de mortalidade e problemas com baixo peso. Foto: Divulgação

No primeiro semestre de 2022, com projeto já desenhado, foi desenvolvido um MVP (Produto Mínimo Viável) e aplicado em um processo de aceleração da EVOA, garantindo que o produto ganhasse maturidade suficiente para ganhar mercado. “Em pouco tempo, houve um ganho de mais 300 usuários”, relata.

No mesmo ano, Fabio e Rosemeire começaram a utilizar o Agroviário em sua propriedade e, pela primeira vez, desde 2007, estiveram entre os 30 melhores índices produtivos da sua região pela integradora diminuindo o consumo de ração – que era, em média, de 160 toneladas para 142 toneladas.

Ele lembra ainda que, em 2024, o projeto teve a honra de ser utilizado como tema de TCC do curso de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá com o tema “Utilização do aplicativo Agroviário como ferramenta de aprimoramento da produção de frango de corte”, para comprovar sua eficácia.

Impacto da solução

O engenheiro ressalta que o Agroviário é voltado para B2B e B2C, garantindo para ambos transparência durante a produção, economia de ração, economia de despesas de deslocamento de zootecnistas, alto índice de mortalidade e problemas com baixo peso. “Podemos dar como exemplo a diminuição de 18 toneladas de ração com a utilização do aplicativo Agroviário e aumento da conversão de ração em carne”, destaca Santos.

Uma das principais perspectivas do Agroviário é a emissão da NF através do aplicativo, visto que hoje é obrigatório emitir NF para saída de ração, de frangos e etc. “Outra opção é a utilização de inteligência artificial para identificação da sexagem recebida no lote, pois a integradora informa que é macho, fêmea ou misto, mas não é 100% exato, o que pode interferir no resultado final”, informa.

Por fim, o cofundador da Avancode comenta que ainda há algumas barreiras para implementação de novas tecnologias no segmento. “Um dos desafios é mudar a cultura do pequeno e médio produtor para uma gestão mais efetiva e sistemática para obter melhores resultados

Redação A Lavoura