Dados ajudam a transformar a realidade das atividades no campo

O crescimento de tecnologias digitais como internet das coisas (IoT), computação em nuvem, machine learning e visão computacional está produzindo fortes mudanças em vários setores da economia, inclusive, na agricultura.

“Hoje quase tudo está conectado, e nós sabemos coisas que não sabíamos antes”. A afirmação é de Gilberto Girardi, fundador e diretor executivo da Velos,  startup que atua em sensoriamento remoto, e que integra o SNASH, novo hub de agtechs e edutechs criado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

O economista formado na Universidade de São Paulo (USP) e com especializações pela Universidade federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) destaca que, atualmente, a internet das coisas (IoT) pode medir tudo que se movimenta, conectar com a rede e produzir milhões de dados.

Segundo o fundador e diretor executivo da Velos, Gilberto Girardi, a empresa foi criada para reunir tecnologias digitais e colocá-las a serviço da agricultura, com o objetivo de produzir decisões mais conscientes, a partir do uso de dados. Foto: Divulgação

Nesse cenário, ele cita que, para reunir tecnologias digitais e colocá-las a serviço da agricultura, com o objetivo de produzir decisões mais conscientes, a partir do uso de dados, surgiu a ideia de criar a Velos. “Esses dados, organizados e contextualizados, nos contam uma historia. E essa historia, contada por dados, nos permite entender mais, antes de agir. Nos permite mais consciência, antes da ação ou ao longo da ação”, comenta.

Metodologia

Segundo o diretor da Velos, uma das missões da empresa é conectar “coisas” (principalmente máquinas), pessoas e resultados, ajudando produtores agrícolas a melhorarem sua consciência de decisão e seu desempenho, a partir de uma gestão apoiada em dados.

“Fazemos isso combinando dispositivos embarcados em máquinas, sensores e apps, promovendo uma clara visibilidade e rastreabilidade das operações em campo, através de uma interface fácil de usar, aberta e fortemente integrável”, conta.

Uma das missões da empresa é conectar “coisas” (principalmente máquinas), pessoas e resultados, ajudando produtores agrícolas a melhorarem sua consciência de decisão. Foto: Divulgação

Ele acrescenta que o composto de tecnologia disponibilizado pela empresa combina hardware e software, de um jeito simples de usar pelas pessoas e também de um modo simples de entender para quem vai analisar os dados. “Acreditamos no essencial bem feito, sem complicação. Complexidade para dentro da solução, simplicidade para fora”, explica.

Impactos

O executivo informa que outro diferencial apresentado pela empresa se dá pelo fato dela acreditar que pessoas empoderadas por dados podem transformar sua realidade. “É o que nos move aqui. Entender como aplicar tecnologia para aumentar a consciência de decisão pelo maior número de pessoas possível, promovendo sua inclusão digital”, comenta. “E, nesse movimento, produzir efeitos positivos na produção agroalimentar e meio ambiente”, completa.

Aplicar tecnologia para aumentar a consciência de decisão pelo maior número de pessoas possível, promovendo sua inclusão digital também faz parte dos objetivos da empresa. Foto: Divulgação

Conforme esclarece, as tecnologias digitais são aplicadas para produzir soluções simples, que se integrem, que sejam fáceis de usar e que tenham custo de adoção compatível com sua operação agrícola, para que o valor do digital seja realizável e alcançável pelos produtores.

“Isso é fundamental para que o digital de fato nos ajude, lá no campo, na linha de frente, onde as coisas estão acontecendo, a otimizar  o tempo, racionalizar o uso de insumos, prevenir perdas, evitar desperdícios”, sugere .

Desafios

Na visão de Girardi, outra forma de oportunizar melhoras em todas as atividades relacionadas ao campo é enxergar os desafios do segmento de forma bem clara e questionar a algumas situações no início dos processos, o que pode fazer toda diferença no resultado final das operações.

Girardi acredita que, apesar de estarmos passando por um momento de incertezas, o agro seguirá como um principais motores da econômica brasileira. Foto: Divulgação

“Como identificar e escolher os problemas/necessidades relevantes a serem resolvidos pela perspectiva do produtor, como encontrar soluções de tecnologia e processo que respondam essas necessidades da forma mais completa possível e com um jeito simples para adoção e, por fim, como construir o modelo de negócio e de distribuição que permita fazer chegar de forma sustentável economicamente essa solução ao máximo de produtores. Essas três perguntas, se respondidas corretamente, é sucesso na certa”, acredita Girardi

Por fim, o executivo acredita que, apesar de estarmos vivendo um momento de incertezas (da desejável estabilização macroeconômica e climática, neste ano em especial ), o agro seguirá como um principais motores da econômica brasileira , com números superlativos e com os produtores sempre buscando formas de produzir mais e melhor. “Essa é a condição base para seguirmos avançando com a jornada de empreendedorismo”, conclui.

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Redação A Lavoura