Quando olhamos para o contexto das startups, o investidor-anjo desempenha um papel essencial, fornecendo muito mais do que capital financeiro, mas também conhecimento, experiência e orientação estratégica.
Se você está inserido nesse ecossistema, com certeza já ouviu falar sobre esse tipo de investimento, visto que é uma das primeiras alternativas buscadas por startups. No entanto, ainda existem alguns mitos e muitas dúvidas sobre o investidor-anjo. Nesse conteúdo vamos esclarecer esses detalhes e apresentar tudo que você precisa saber sobre o assunto.
O que é um investidor-anjo?
Investidor-anjo é o nome dado ao indivíduo que investe em startups por meio de recursos próprios. O investimento-anjo é, normalmente, focado em projetos em fases primárias e com alto potencial de crescimento, fornecendo capital inicial para o desenvolvimento desse negócio.
Esse investidor, além do aporte financeiro, também contribui com conhecimento, experiência e orientação para os gestores e para todo o negócio, em troca de uma pequena participação acionária na empresa.
Assim, normalmente, o investidor-anjo tem experiência em negócios e está disposto a apoiar empresas em estágios iniciais de desenvolvimento, fornecendo recursos para o desenvolvimento de todo o projeto.
Além do aporte financeiro, os investidores-anjo trazem consigo uma vasta rede de contatos e conhecimentos valiosos que podem ser fundamentais para o crescimento e sucesso da startup. Eles podem atuar como mentores ou conselheiros, fornecendo orientação estratégica, insights do mercado e conselhos práticos com base em sua própria experiência.
Diferença para outros investidores
Diferentemente de investidores institucionais, como empresas de capital de risco (venture capital), os investidores-anjo geralmente investem em projetos individuais por conta própria, tomando decisões baseadas em seu próprio julgamento e interesses pessoais.
Eles assumem riscos consideráveis ao apoiar startups, uma vez que muitas delas ainda estão em fases iniciais de desenvolvimento e podem ter incertezas quanto ao seu sucesso no mercado.
Lei do Investidor-anjo no Brasil
Aqui no Brasil, temos uma lei que regulamenta o investimento-anjo. Essas normas são importantes tanto para os investidores, quanto para os negócios e para os empreendedores. A Lei Complementar nº 155/2016, conhecida como “Lei do Investidor-Anjo” é a responsável por deixar essas práticas claras.
Alguns pontos importantes:
- O investidor-anjo pode ser uma pessoa física ou pessoa jurídica.
- Esse investimento deve ser regulado por meio de um contrato.
- Esse contrato de participação e sociedade tem vigência máxima de 7 anos.
- O investidor-anjo não responde por qualquer dívida da empresa, inclusive nos casos em que ela estiver em recuperação judicial.
- O investidor-anjo receberá remuneração pelos investimentos feitos conforme o contrato de participação, que terá duração máxima de 5 anos.
- Ao final do período, o investidor-anjo receberá a remuneração conforme o contrato de participação, mas essa remuneração não poderá exceder 50% dos lucros da startup.
- O investidor-anjo pode transferir a titularidade do aporte para outra pessoa, desde que a transferência seja aprovada pelos sócios da startup.
Qual é o papel de um investidor-anjo em uma startup?
Como falamos, o papel de um investidor-anjo em uma startup vai muito além de simplesmente injetar dinheiro. Sua contribuição é fundamental em várias áreas, a seguir, veja as principais ajudas desse investidor:
Financiamento inicial: o investidor-anjo é frequentemente o primeiro a acreditar no potencial da startup e a disponibilizar recursos financeiros para tirar a ideia do papel. Esse investimento inicial é fundamental para que a empresa consiga desenvolver o produto ou serviço e conquistar os primeiros clientes.
Orientação estratégica: com sua experiência em negócios, o investidor-anjo pode orientar os empreendedores na definição de estratégias de crescimento, posicionamento de mercado e identificação de oportunidades e desafios.
Networking: a rede de contatos do investidor-anjo pode ser extremamente valiosa para a startup. Ela pode abrir portas para parcerias comerciais, conectar a equipe empreendedora a potenciais clientes, fornecedores e outros investidores, bem como facilitar a entrada em novos mercados.
Aconselhamento e mentoria: os investidores-anjo costumam atuar como mentores, compartilhando suas experiências e ajudando os empreendedores a evitar erros comuns no mundo dos negócios. Essa mentoria pode ser fundamental para aprimorar o modelo de negócios e a execução da estratégia.
Como conseguir um investidor-anjo?
Conseguir um investimento para sua startup do agronegócio pode ser um grande desafio, encontrar um investidor-anjo está nesse contexto. No entanto, existem algumas dicas essenciais para te aproximar desse objetivo:
Prepare sua startup: antes de buscar investidores, certifique-se de que sua startup está preparada para receber esse tipo de financiamento. Tenha um plano e modelo de negócios claro e bem estruturado, demonstre tração inicial e resultados tangíveis sempre que possível.
Identifique os investidores adequados: pesquise e identifique investidores-anjo que tenham interesse ou experiência no setor em que sua startup atua. Além disso, é importante entender quais investidores possuem relação com os valores do seu negócio.
Networking: participar de eventos, conferências e encontros do ecossistema empreendedor permite que você amplie sua rede de contatos e faça conexão com potenciais investidores. Estar em um hub de inovação com outras startups também é um excelente caminho.
Plataformas de investimento: existem plataformas online que conectam empreendedores a investidores-anjo interessados em projetos inovadores. Hoje em dia, é possível usar essas plataformas como uma forma de alcançar potenciais investidores além da sua rede de contatos.
Como apresentar um projeto de startup para um investidor-anjo?
Conseguiu marcar um encontro com um investidor-anjo para apresentar sua startup? Agora é hora de pensar na apresentação, por isso, separamos 5 dicas simples e realmente eficientes.
- Faça um bom pitch: prepare um resumo conciso e envolvente da sua startup, explicando de forma clara e objetiva o que você faz, qual problema resolve e os motivos que tornam seu negócio inovador e único.
- Foque nos números: mostre dados concretos sobre o mercado, tamanho da oportunidade, projeções financeiras e resultados alcançados até o momento.
- Destaque a equipe: investidores-anjo investem não apenas em ideias, mas também nas pessoas por trás delas. Destaque as competências e experiências da equipe empreendedora.
- Seja transparente: seja honesto sobre os desafios e riscos do negócio. Os investidores valorizam a transparência e querem entender como você planeja superar os obstáculos.
- Use a criatividade: sua empresa é inovadora, certo? Por isso, pense em um pitch que seja tão inovador quanto seu negócio. Essa é uma ótima forma de atrair a atenção e os recursos de um investidor anjo.
Vale a pena contar com investimento-anjo?
De forma bem simples, a resposta é sim. Como vimos, esse tipo de investimento é essencial para o crescimento e para o desenvolvimento de startups em estágios iniciais, afinal, é responsável por um aporte financeiro importante e ainda gera conhecimento para todas as atividades do negócio.
Vale a pena dizer que o investimento-ano já é considerado um caminho certo para startups. De acordo com dados da Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos, referência em investimento-anjo no país, só em 2022 foram investidos R$984 milhões em startups por investidores-anjo no Brasil.
E, de acordo com a pesquisa, ainda há muito espaço para mais investimentos. Por isso, se você possui uma startup ou está começando um projeto inovador, é muito interessante estudar e entender como conseguir recursos por meio de um investidor-anjo.
Aqui no SNASH temos como objetivo promover a modernização e o fomento do setor do agronegócio brasileiro, além de toda estrutura para startups que atuam nesse setor, ajudamos com tudo que você precisa para conseguir um investidor-anjo, basta entrar em contato agora mesmo.