Empresa propõe soluções através de uma cadeia da restauração produtiva

Construir uma base de dados de sistemas regenerativos é um dos objetivos da HIFA, startup que surgiu como uma consultoria dentro dos negócios de impacto na cadeia do reflorestamento, com a implantação de florestas regenerativas.

“Nosso DNA sempre esteve relacionado em comprovar para as pessoas que esses sistemas podem ser mais rentáveis, além de ótimos para o meio ambiente”, destaca o CEO da Hifa Agrofloresta, Leandro Torres.

De acordo com o executivo, para a evolução das atividades, houve a necessidade de fazer a transição de uma consultoria para uma agtech que cria P&Ds e gerencia experimentos em áreas plantadas. “A partir daí, surgiu a ideia de trazer um laboratório a céu aberto para comprovar os sistemas e facilitar a expansão e a aquisição de recursos financeiros.

 

O conceito do laboratório a céu aberto visa comprovar os sistemas regenerativos e facilitar a expansão e aquisição de recursos financeiros. Foto: Divulgação

 

“Estamos ativamente buscando comprovações que ajudem a cadeia da restauração produtiva a aumentar suas áreas. Hoje, trabalhamos com produtores agrícolas familiares, grandes fazendas e marcas interessadas em desenvolver produtos como café, cacau, algodão e outras culturas, de uma forma regenerativa”, detalha. “É um negócio de impacto.”

A empresa faz parte do SNA Startup Hub (SNASH), novo hub de agtechs e edutechs criado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), que reúne startups com foco em soluções para o agronegócio.

Objetivos

Segundo Torres, a HIFA quer comprovar, através de um grande volume de experimentos, que muitas culturas agrícolas podem ser plantadas e colhidas em sistemas regenerativos. “A ideia é trazer a pesquisa e o desenvolvimento para o campo, e não deixá-los apenas nos laboratórios e universidades”, acrescenta.

Sobre a cadeia da restauração produtiva, ele ressalta que a restauração de ecossistemas, como solução para a crise climática atual, é bastante conhecida, como o sequestro de carbono da atmosfera e florestas que promovem a biodiversidade, por exemplo.

 

Segundo o CEO da Hifa, Leandro Torres (foto), a ideia do projeto é plantar sistemas agrícolas que sejam socialmente justos, ambientalmente corretos e economicamente viáveis. Foto: Divulgação

 

“O que a gente inclui na cadeia da restauração produtiva é a relação direta com o bem-estar da sociedade e de gerações futuras, e isso envolve considerar as florestas e o carbono como produtos benéficos para a economia. É plantar sistemas agrícolas que sejam socialmente justos, ambientalmente corretos e economicamente viáveis”, cita.

Torres reforça ainda que um dos principais guias que norteiam as ações da empresa para executar esse plano é a Agenda 2030, através dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU.

Metodologias

Entre as soluções implementadas pela empresa, o CEO destaca o HIFA Lab, um índice de qualidade desenvolvido e adaptado capaz de considerar incrementos de vida no solo, diminuição de custos com adubos e manutenção de umidade no solo.

“Tudo isso trazendo como resultado maior rentabilidade para o sistema, maior resiliência contra a crise climática, mas também altos índices de bem-estar para quem planta e consome. Nosso produto traz uma metodologia que visa guiar o produtor para as melhores práticas em sua lavoura”, aponta.

 

O HIFA Lab é um índice de qualidade desenvolvido e adaptado capaz de considerar incrementos de vida no solo, diminuição de custos com adubos e manutenção de umidade no solo. Foto: Divulgação

 

Para ele, agricultura regenerativa é uma opção de trabalhar áreas agrícolas, mas, com o avanço das temperaturas e secas/chuvas cada vez mais imprevisíveis, em um futuro próximo, ela será a única opção viável para o segmento agrícola.

“Acreditamos que, dando suporte à agricultura regenerativa, o nosso laboratório deve impactar a forma de plantar de muitas culturas agrícolas em um futuro breve”, prevê.

Pesquisa direto para o campo

Segundo Torres, a ideia do laboratório a céu aberto é expandir, nas áreas agrícolas pelo Brasil, uma forma de mostrar (com baixo risco) que a agricultura regenerativa realmente dá certo.

“Os P&Ds espalhados pelos principais polos agrícolas vão trazer pesquisa para o campo, principalmente para pequenos e médios produtores, que não têm essa forma de trabalho como costume. Com áreas que comprovam maiores produtividades, menores custos e maior biodiversidade perto de polos agrícolas, mais pessoas devem aderir a essa forma de plantio”, acredita o CEO.

 

Na visão do especialista, um dos maiores desafios do segmento é construir uma base de dados de sistemas regenerativos. Foto: Divulgação

 

Na avaliação do executivo, um dos maiores desafios nesse sentido é construir uma base de dados de sistemas regenerativos. “Quanto mais áreas medidas com sensores, índices de solo, planta e bem-estar do produtor, mais segurança os financiadores terão para investir nesses negócios e mais tranquilos ficarão os produtores para mudar suas práticas de plantio”, analisa.

É um desafio grande e que temos pressa para resolver, o planeta não tem muito tempo para essa transição agrícola”, resume Torres.

Redação A Lavoura