SNASH

Através de análise genética, empresa promove orientação de manejos mais eficientes e sustentáveis

Facilitar o acesso à tecnologia da metagenômica, além do ambiente acadêmico. Foi com essa ideia que surgiu a B4A, empresa que integra o Startup Hub da Sociedade Nacional de Agricultura – SNASH.. “A metagenômica é uma tecnologia de análise de DNA ambiental, que permite a identificação das comunidades de micro-organismos que habitam um local específico, as microbiotas”, explica o mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental e CTO da B4A, Robert Cardoso de Freitas.

Conforme esclarece o executivo, a tecnologia tem uma ampla capacidade de aplicação, em amostras de solo, água, tecidos vegetais e animais, entre outras. Ele acrescenta que o foco na agricultura parte do entendimento de que a biologia do solo é essencial para a manutenção de uma agricultura regenerativa altamente produtiva, o que representa uma aplicação direta e prática da metagenômica para um mercado amplo e fundamental para a economia e sociedade brasileira.

“Nosso objetivo é ajudar na construção da agricultura sustentável no Brasil, empoderando produtores rurais e consultores a tomarem melhores decisões de manejo fundamentadas no estudo da microbiologia do solo. O conhecimento do solo é o primeiro passo para a adoção de manejos que promovem solos saudáveis”, ressalta Freitas.

 

Soluções

Em relação às soluções da empresa, o CTO informa que elas oferecem diagnósticos completos, que identificam as necessidades específicas para a construção de um solo biodiverso, resiliente, supressivo e sustentável, guiando tomadores de decisões a implementar estratégias de manejo com base em ciência.

Segundo ele, as diferentes soluções da B4A são direcionadas para grupos de interesse específicos, buscando o desenvolvimento do segmento como um todo. “Todas as nossas soluções têm como base a análise metagenômica, que é o estudo do DNA presente no solo para a identificação de micro-organismos”, acrescenta Freitas.

Dentre elas, ele destaca o FB Produtividade, solução para produtores rurais agrônomos e consultores, que tem como objetivo democratizar o acesso de tecnologias de análise da microbiologia do solo, fundamentando a adoção de manejos regenerativos em ciência.

A empresa também apresenta soluções voltadas à industria de insumos, como o FB Tratamento e o FB Diagnóstico, que visam avaliar os efeitos de produtos na microbiota do solo, auxiliando no desenvolvimento e posicionamento de tecnologias que podem contribuir para uma agricultura mais sustentável no Brasil.

“Por fim, com nossas soluções voltadas à pesquisa (FB Diagnóstico e FB Pesquisa), oferecemos a pesquisadores brasileiros o acesso à tecnologia de análise metagenômica em um processo simples e de alta qualidade, impulsionando a pesquisa básica sobre a diversidade microbiológica de solos no país”, completa o executivo.

Posicionamento

Na avaliação do CTO, a B4A se posiciona como uma empresa de inteligência de dados biológicos, que visa abraçar qualquer inciativa do setor que necessite do uso de informações sobre a saúde microbiológica do solo para tomada de decisões, desde um produtor buscando o manejo ou aplicação de produto biológico mais efetivo em sua lavoura ou diretores de pesquisa e desenvolvimento da indústria de biológicos buscando comprovar a eficiência de seu produto.

“Pretendemos, assim, construir uma cultura de agricultura regenerativa fundamentada em ciência, oferecendo soluções para a avaliação de cenários presentes e predição de cenários futuros”, completa Freitas.

 

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Resultados no campo

Em relação aos benefícios para produtores rurais, ele cita que o FB Produtividade, funciona por meio da comparação de uma área de uma fazenda com maior produtividade com áreas de menor produtividade, como modo de fundamentar uma estratégia de manejo para alcançar o máximo potencial produtivo de áreas problemáticas.

“Constatamos um ganho de até 30% de produtividade com performance inferior à área de referência após o diagnóstico e prognóstico com nossa tecnologia”, exemplifica.

Além disso, em um levantamento de dados recente, constatou-se que a aplicação de tratamentos e manejos regenerativos com base na tecnologia B4A resultaram em um aumento de 19% do número de espécies de micro-organismos, com uma diminuição média de 12% da população de organismos patogênicos e aumento de 28% de organismos benéficos.

“Essas melhoras refletem em um ganho de 11% e 35% respectivamente, dos potenciais microbianos de resiliência e sustentabilidade dessas áreas. O índice de resiliência representa o potencial da microbiota em proteger plantios de condições adversas, enquanto o de sustentabilidade indica o potencial dos organismos do solo em reciclarem nutrientes” comenta o especialista.

Panorama

Segundo Freitas, manter cada área agrícola produtiva, safra após safra, principalmente em um cenário de eventos climáticos extremos, com bons níveis produtivos para a conta fechar, é um grande desafio. “É preciso dar foco na sustentabilidade da lavoura como um todo, avaliando e monitorando as áreas, a saúde do solo”, orienta.

O cenário atual, na visão do executivo, está marcado pela urgência na introdução de práticas mais sustentáveis no campo. Reflexo disso é o crescente desenvolvimento e comercialização de insumos biológicos e no grande incentivo à adoção de práticas de agricultura regenerativa nas lavouras.

“A perspectiva é que essas práticas sejam cada vez mais utilizadas no campo, fruto de um esforço em toda a cadeia produtiva. A B4A espera amparar esse movimento por meio de dados e conhecimento científico em microbiologia do solo – fornecendo conhecimento e estratégias assertivas para melhorar a saúde do solo e monitorá-lo”, prevê Freitas.

Hoje, conforme destaca, sabe-se que a microbiologia do solo é dinâmica e complexa, porém, é cada vez mais difundido o conhecimento da importância desse componente para a saúde dos solos e o entendimento das relações entre clima, físico-química e a microbiologia de solos vem se construindo rapidamente nos últimos anos, pela integração de esforços de diferentes atores no setor.

“Com isso, acreditamos que o uso de índices de microbiologia do solo sejam cada vez mais utilizados no campo, amparando os profissionais do agro na decisão de melhores práticas e tratamentos e no monitoramento do estado de degradação das áreas”, conclui o CTO da empresa.

Redação A Lavoura