Compostagem acelerada por biotecnologia transforma resíduos orgânicos em matéria-prima e agrega valores à cadeia produtiva

Fazer com que os resíduos orgânicos das indústrias sejam encarados como matéria-prima, que se transformem em valores, conscientização, dados, alimento, redução no desperdício, Economia Circular e muito mais é uma das missões da Organa Biotech, startup catarinense que pretende ser uma marca reconhecida nacionalmente como solução para esses materiais.

“Desde que a Organa foi criada o objetivo maior é mudar o conceito dos resíduos orgânicos das indústrias, que atualmente são considerados lixo, enviados para aterro, para coprocessamento ou, em alguns casos, alimentação animal, o que é proibido em Estados como Santa Catarina, por exemplo”, destaca o CEO da Organa Biotech, Guilherme Ottoni Zimmermann.

À esquerda, o CEO da Organa, Guilherme Zimmermann, ao centro o CTO Pedro Miguel Lipka e, à direita, a COO Haradia Souza. Foto: Divulgação

Formado em administração, técnico em Aquicultura e pós-graduado em Meio Ambiente, Zimmermann conta que a Organa Biotech foi criada em novembro de 2019, ao participar de um evento de inovação Startup Weekend, na Faculdade Católica.

“Eram 120 participantes, 16 equipes formadas com ideias próprias, com sendo 7 pessoas por equipe. Trouxemos a solução da compostagem acelerada por biotecnologia dentro da indústria e fomos ganhadores do evento. A partir desse momento, decidimos seguir adiante com a ideia e buscar o mercado”,

Contribuição para o meio ambiente

O CEO da empresa explica que a compostagem acelerada por biotecnologia auxilia no preparo de um rico composto com menos tempo, evitando aterro, logística e consequentemente, reduzindo as emissões de GEE.

“Ela também participa na recuperação de solos degradados, proporcionando a produção de alimentos, gerando dados antes inexistentes para as indústrias, conscientização entre os colaboradores e despertando outros valores que descobrimos juntos com os nossos clientes”, acrescenta.

Oito torres de compostagem em indústria com 3 tons de adubo. Foto: Divulgação

Ele explica que no processo é combinado com a indústria a logística dos resíduos orgânicos dentro da empresa, um local para compostagem (exemplo: 100m2 em média para 5t/mês). “Fazemos torres de compostagem para geração de até 3t/mês ou recomendamos máquina para quantidades superiores Utilizamos a biotecnologia para acelerar a compostagem, fazendo com que o composto orgânicos seja gerado no prazo de 2 meses para as torres, e 1 mês com maquinário”, detalha o CEO.

O composto gerado na compostagem, conforme destaca, é entregue à indústria para ser utilizado no jardim, nas hortas para produção de alimentos, ou para comercialização ou doação para a comunidade em geral, o que é combinado previamente com o cliente na assinatura do contrato.

Segmentação de mercado

Zimmermann conta que a empresa tem clientes em diversos segmentos, como metalmecânica, área portuária, cervejaria, condomínio industrial, hospital. O pré-requisito é que a empresa tenha restaurante industrial com mais de 500 colaboradores, para que exista a geração de resíduos orgânicos condizente com a técnica. “Também é preciso que a empresa busque soluções sustentáveis e queira evitar aterro e logística”, diz.

Segundo ele, no dia a dia, os clientes buscam soluções inteligentes, como evitar aterro, redução na emissão de GEE, marketing verde, conscientização. “Nossas soluções transformam o que hoje é lixo em um rico composto. Isso significa gerar vida, é retirar matéria-prima dos aterros e produzir alimento”, ressalta.

Estação interna de resíduos orgânicos-recipientes fechados. Foto: Divulgação

O executivo afirma que as tecnologias verdes têm ainda muito espaço para buscar e crescer e se diz otimista em relação à sua implementação nos segmentos industrial e agrícola. “O momento atual busca soluções sustentáveis, Economia Circular, ressignificação dos resíduos, transformação de passivos ambientais em ativos, por isso, a compostagem acelerada por biotecnologia que propomos se adequa ao momento que vivemos”, pontua.

Por fim, Zimmermann diz que a Economia Circular com os resíduos orgânicos traz novos valores ao processo, com geração de dados para redução do desperdício, descarbonização com a compostagem ao invés de aterro, além de evitar logística, ao retirar caminhões das estradas, com resignificação dos resíduos, rastreabilidade e conscientização. “A Economia Circular é o futuro e precisamos aprender muito ainda com essa técnica”, resume.

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Redação A Lavoura