Empresa promove mapeamento aéreo com auxílio de drones e geotecnologias
“Eu já atuava com mapeamento aéreo com drones e geotecnologias desde 2015, em diversos setores e, em 2019, decidi olhar para o agro, com a proposta de ofertar uma solução 360º de mapeamento, diagnóstico de problemas no talhão, recomendação agronômica e aplicação de produtos para resolver problemas como pragas, ervas daninhas, entre outros.” Essa ideia, foi o ponto de partida para o geógrafo, especialista em geotecnologias e gestão ambiental e diretor técnico da Altamap, David Barral Santos, fundar a empresa.
Desde então, segundo o especialista, ele decidiu evoluir o modelo de negócios e passar a oferecer um pacote de planejamento rural, que mapeia a fazenda como um todo – não somente as áreas produtivas – e indica um plano estratégico para o melhor uso e ocupação do solo, como trabalhar os aspectos ambientais e outros pontos da propriedade.
“Nosso objetivo é oferecer inteligência geoespacial para empresas do agro e para que os produtores rurais possam ampliar e otimizar a capacidade de produção, além de enxergar a fazenda por inteiro e planejar cada ação com base nos dados e mapas”, explica Santos. A Altamap é uma das empresas que integram o SNASH, novo hub de agtechs e edutechs criado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA),
Metodologia
Conforme informa o executivo, as soluções da empresa impactam não só no dia a dia das atividades no campo, como também na tomada de decisão do produtor rural, oferecendo um conjunto de dados acionáveis, como mapas de fertilidade, de aplicação em taxa variável, análises de plantas invasoras e outras pragas, que podem ser usados para a gestão da propriedade, das benfeitorias, das áreas agrícolas e áreas ambientais, hotspots na cultura que precisam de atenção do agrônomo, entre outros aspectos do manejo.
“No caso de empresas, o conjunto de mapas e dados das áreas agrícolas pode auxiliá-las na gestão das demandas e desafios dos clientes, oferecendo produtos mais direcionados para resolver problemas específicos detectados através dos mapas e das análises agronômicas”, complementa.
Santos lembra que, no agro, tudo depende da espacialização dos dados no campo, já que, para plantar, o produtor precisa definir as linhas de plantio adequadamente, com precisão centimétrica para aproveitar ao máximo sua área.
Como exemplo, ele diz que para aplicar um defensivo agrícola,é ideal que o produtor saiba quais as áreas do talhão precisam de mais ou menos aplicação do produto, tanto para uma possível economia quanto para garantir a sustentabilidade ambiental da sua produção e da sua área agrícola.
“Por essa razão, as análises agronômicas e sugestões de manejo a partir das imagens de drone e satélite têm um papel fundamental e complementar no trabalho do produtor rural e do agrônomo”, destaca.
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Desafios
Na avaliação de Santos, o agro tem enfrentado muitos problemas com as mudanças climáticas nos últimos anos, afetando culturas agrícolas por todo o país, seja com secas, geadas ou chuvas intensas. Além disso, ele cita a questão da mão de obra e a variação dos preços dos insumos agrícolas como outros desafios do segmento.
“Olhando especificamente para agricultura de precisão, enxergamos três desafios que dialogam entre si: implementação das tecnologias na rotina produtiva, escolha de qual tecnologia deve receber investimento primeiro e, sobretudo, quais estratégias utilizar para conseguir o retorno sobre o investimento nessa tecnologia no curto e no médio prazo”, lista Santos.
Nesse cenário, ele alerta que o produtor sabe que precisa investir, mas tem dúvidas por onde começar. Além disso, ele enfatiza que não adianta comprar uma nova tecnologia e não preparar e capacitar o time da fazenda, por menor que ela seja, para receber essa transformação.
Panorama
Para Santos, o cenário atual é bem positivo, já que o produtor rural, de forma geral, já entendeu a importância das novas tecnologias digitais e da agricultura de precisão para uma agricultura mais sustentável e regenerativa, e tem buscado investir pontualmente conforme seu agronegócio vai evoluindo.
“Nossas perspectivas estão pautadas na tendência de que o agro vai abraçar cada vez mais a transformação digital para intensificar as práticas de agricultura regenerativa e agricultura sustentável. Por isso, nosso posicionamento tem como base o aumento de rentabilidade e produtividade, sempre considerando a sustentabilidade ambiental”, enfatiza.
Nesse sentido, ele enxerga com otimismo a integração de tecnologias com outras empresas/startups para ofertar uma solução tecnológica mais completa, robusta e integrada para o agricultor conseguir atingir esses objetivos. “As novas tendências tecnológicas de IA, Visão Computacional para Análises Agronômicas, IoT e Big Data também vão se intensificar no agro e enxergamos um potencial grande para a Altamap nas duas primeiras..”
Por fim, Santos observa que a comunicação digital vai ter uma importância ainda maior no agro nos próximos anos, tanto como fator de influência na decisão de compra quanto no processo de venda e atendimento ao cliente. “Isso tudo vai influenciar a forma como trabalhamos com nossos clientes, com certeza”, arremata.
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