Startup especializada no desenvolvimento da mão-de-obra, auxilia no aumento da eficiência e da produtividade no campo

Três empreendedores experientes e um desafio: desenvolver uma tecnologia educacional ideal para o agro. Foi assim que nasceu a “Já Entendi Agro”, plataforma educacional voltada para o agronegócio, que tem como principal dor a ser resolvida a capacitação de pessoas com baixa escolaridade ou dificuldades de aprendizagem, aumentando a eficiência, a produtividade e, consequentemente, o faturamento e a margem das empresas voltadas ao agro.

É com esse resumo que o administrador de empresas e um dos sócio fundadores da startup, Maurício Ribeiro, define quais os objetivos da Já Entendi Agro, empresa que faz parte do Startup Hub (SNASH), novo hub de agtechs e edutechs criado pela instituição Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), que vai reunir startups com foco maior no agronegócio.

Ribeiro, que ocupa o cargo de COO da empresa, explica que tudo começou em 2021, quando a Bayer e o hub de inovação Agtech Garage lançaram um desafio entre as Startups procurando uma solução educacional ideal para o agronegócio.

“A startup Já Entendi foi selecionada e, entre julho e setembro de 2021, realizou entrevistas presenciais com agricultores, gestores e equipes de fazendas no RS, PR, SP, MS, MT, BA e TO, para investigar e validar hipóteses do que seria uma tecnologia de educação ideal para a cadeia do agronegócio”, conta.

Ele lembra que, na sequência, entre novembro de 2021 e abril de 2022 foi realizada uma prova de conceito dessa tecnologia de educação na Divisão Agrícola da Bayer e no Instituto BRF. Em ambas, a tecnologia foi aprovada para expansão.

“Em maio do ano seguinte, fomos selecionados pela John Deere como uma das nove startups participantes do ‘Safra de Inovações’ na CNN Brasil, o maior reality show do Agro mundial, e ficamos entre as três finalistas”, comemora.

Na opinião do COO da empresa, Maurício Ribeiro, já há conscientização das lideranças e tecnologia suficiente para um agro mais sustentável, mas falta educação da mão-de-obra, essencial para essa mudança. Foto: Divulgação

 

“Em maio do ano seguinte, fomos selecionados pela John Deere como uma das nove startups participantes do ‘Safra de Inovações’ na CNN Brasil, o maior reality show do Agro mundial, e ficamos entre as três finalistas”, comemora.

Então, ele, o físico e programador Rogério Duarte, e a doutoranda em Neurociência e criadora da metodologia “Já Entendi”, Gladys Mariotto, CTO e CEO da empresa, respectivamente, enxergaram uma oportunidade.

“Entendemos que havia potencial para uma nova startup, 100% focada em tecnologia educacional para o agronegócio, e idealizamos a spin-off  ‘Já Entendi AGRO’, fundada oficialmente em julho de 2022”, relata.

Funcionalidades

O COO da empresa destaca algumas das funcionalidades da ferramenta. “Nossa plataforma é uma tecnologia educacional em modelo SaaS, que pode ser integrada com sistemas de agricultura de precisão. Nossos clientes podem contratar o ambiente de aluno por faixas de usuários e também um ambiente de administrador com diversos relatórios e funções de gestão”, explica.

Plataforma tem como principal objetivo a capacitação de pessoas com baixa escolaridade ou dificuldades de aprendizagem. Crédito: Divulgação

 

Uma das funcionalidades da tecnologia é um aplicativo, disponível na play store e na apple store, que traz espaços de cursos com identidade visual customizada, videoaulas online e offline, exercícios e provas, materiais complementares e módulos de gestão de conteúdo, analytics, entre outros.

Público

Ribeiro destaca que a Startup pretende se posicionar como parceira de empresas que necessitam capacitar seus funcionários ou clientes. Com apenas 4 meses desde a fundação, a Já Entendi AGRO já tem projetos em andamento com Bayer, John Deere, Kuhn, BRF, Olam e Cotrijuc, e mais de vinte empresas no pipeline de vendas.

“O alto custo com insumos, ou o seu uso inadequado, é um ponto de preocupação de todos os principais agentes do agronegócio e tem aumentado com a pauta ESG em grandes empresas, cooperativas e governos. Isso abriu espaço não só para investimentos em tecnologias de precisão como também para tecnologias que eduquem a mão-de-obra de forma escalável”, avalia.

Cenário

De acordo com Ribeiro, assim como em todos setores de trabalho no Brasil, há uma realidade de mão-de-obra com baixa escolaridade (ou com analfabetismo funcional) na cadeia do agronegócio e é preciso incluir essas pessoas na agricultura digital e em práticas agronômicas mais sustentáveis.

Os sócios fundadores da “Já Entendi Agro”, Gladys Mariotto, Rogério Duarte e Maurício Ribeiro (da esquerda para a direita). Foto: Divulgação

 

“Nosso objetivo é ser uma plataforma educacional voltada para o agronegócio e especializada nesse perfil de mão-de-obra, aumentando a eficiência, a produtividade, o faturamento e a margem das empresas do agro”, explica.

Segundo ele, já há conscientização das lideranças e tecnologia suficiente para um agro mais sustentável, mas falta educação da mão-de-obra que é essencial para essa mudança.

“Nos próximos 5 anos, queremos nos tornar a maior referência em tecnologia educacional da cadeia do Agronegócio e a mais inclusiva de pessoas com baixa escolaridade. Através de parcerias estratégicas com grandes organizações do Agro, queremos que nossa tecnologia atinja grande capilaridade e alto nível de integração com sistemas de agricultura de precisão a ponto de gerar uma aprendizagem escalável e personalizada baseada em dados.” arremata Ribeiro.

 

Redação A Lavoura