Startup paranaense, liderada por João Barboza (na foto), está transformando a produtividade agrícola com gás carbônico

Em meio ao vasto cenário agrícola brasileiro, uma startup de Londrina, Paraná, está chamando atenção com uma abordagem inédita no tratamento de sementes.

Dioxd – startup que integra o SNASH, o hub de startups apoiado pela Sociedade Nacional de Agricultura –  desenvolveu uma tecnologia baseada no uso de gás carbônico e outros gases, capaz de extrair o potencial genético das sementes e impulsionar o desenvolvimento das plantas.

“Através de uma solução de tratamento das sementes com gás carbônico, conseguimos estimular essa planta a produzir mais. E gerar resultados de até 12% a mais na produtividade”, conta o CEO e fundador da Dioxd, João Barboza, em entrevista à Revista A Lavoura. 

“Se convertermos esse número em sacas por hectare, estamos falando de uma média de 3,5 sacas a mais de produtividade por hectare com o uso da nossa tecnologia”, completa.

A história da startup começou com um  projeto de iniciação científica para feiras de ciência no Brasil e no exterior. Depois, com o apoio da Sociedade Rural do Paraná, o que era apenas um experimento de laboratório se transformou em uma startup promissora.

“Decidimos aplicar um modelo de negócio sólido sobre uma base científica robusta. Foi assim que a Dioxd nasceu”, diz Barboza.

Hoje, a Dioxd atua com sementes de soja e feijão, mas também está expandindo seu alcance para culturas como milho e algodão. A empresa já opera em 12 estados brasileiros, atendendo a impressionantes 120 mil hectares.

A magia do gás carbônico

A aplicação dos gases composto é feita com 30 dias de antecedência ao plantio, diretamente nos bags de armazenamento das sementes, por cerca de 40 minutos. Foto: Divulgação/Dioxd

 

O que realmente diferencia a Dioxd é sua tecnologia singular de tratamento de sementes com um composto exclusivo de seis gases, com o gás carbônico como protagonista.

A aplicação desse composto é feita com 30 dias de antecedência ao plantio, diretamente nos bags de armazenamento das sementes, por cerca de 40 minutos.

A ciência por trás dessa inovação está na ativação da enzima PEPC (phosphoenolpyruvate carboxylase) que melhora a fixação de carbono e otimiza o desenvolvimento das plantas desde a germinação.

“Esse estque de carbono vai garantir uma germinação melhor e, consequentemente, a formação de plantas mais uniformes. Outra função é o melhor desenvolvimento das raízes. A raiz bem desenvolvida e as plantas uniformes são a base para uma boa produção”, explica o CEO.

Além de turbinar a produtividade, a tecnologia da Dioxd também promove uma agricultura mais sustentável.

“Nossos clientes têm reportado uma redução significativa no uso de insumos como estimulantes e enraizadores”, comenta Barboza.

E isso não é só uma economia financeira; é um passo importante rumo a uma agricultura mais verde.

“Nosso foco é oferecer uma solução que seja ao mesmo tempo eficiente e sustentável. E até agora, estamos conseguindo”.

Olho no futuro

Apesar do sucesso inicial, a startup vem trabalhando para avançar ainda mais  na ampliação das suas operações e firmar parcerias estratégicas com grandes players do setor.

“Atualmente, estamos focados no mercado B2C, mas a partir de 2024, queremos intensificar nossas parcerias B2B”, revela o CEO.

Recentemente, a empresa captou dois fundos de investimento, da Agroven e GR8 Ventures, em uma rodada de negócios, e se prepara para uma nova rodada de investimentos.

“Visualizamos uma retomada do crescimento no agro e queremos estar prontos para aproveitar essa onda”, conclui Barboza.

 

Redação A Lavoura