A emissão de gases que causam o efeito estufa é uma preocupação global, afinal, várias questões climáticas estão relacionadas com esse fator. Neste sentido, a pegada de carbono é um cálculo necessário para entender o impacto de atividades cotidianas na emissão de carbono.
Quando olhamos para o agronegócio, trata-se de uma questão muito relevante. Sabemos que alguns processos do agro também causam essa emissão, por isso, o cálculo e essa preocupação devem ser constantes, entendendo o que é necessário para reduzir os impactos e criar um agro cada vez mais sustentável.
O que é pegada de carbono?
A pegada de carbono é um indicador que mede, em unidades de dióxido de carbono equivalente (CO2e), a quantidade total de emissões de gases de efeito estufa, e serve para entender o quanto uma pessoa, uma empresa, uma fazenda ou mesmo um setor inteiro produziram de carbono ao longo de um período específico.
Essa medida inclui as emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa resultantes de atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento, a produção de alimentos e o consumo de bens e serviços.
A pegada de carbono é uma maneira de avaliar o impacto ambiental de uma determinada atividade ou estilo de vida em termos de contribuição para as mudanças climáticas.
Reduzir a pegada de carbono é uma preocupação crescente e relevante, sobretudo diante de um contexto em que é necessário diminuir os efeitos negativos das mudanças climáticas e promover práticas mais sustentáveis.
Indivíduos, empresas e governos podem adotar medidas para diminuir suas pegadas de carbono, como investir em energias renováveis, melhorar a eficiência energética, reduzir o desperdício e escolher produtos e estilos de vida mais sustentáveis.
A pegada de carbono no agronegócio
O agronegócio tem uma significativa relação com a pegada de carbono devido às atividades realizadas ao longo da cadeia de produção, transporte e até mesmo armazenamento de produtos que resultam do agro.
O agronegócio, principalmente a produção em grande escala, é marcado pelo uso de combustíveis e máquinas que são responsáveis pela emissão de gases que afetam esse cálculo.
Além do dióxido de carbono produzido por estes equipamentos, a pecuária e suas atividades são grandes responsáveis pela produção do gás metano. Por fim, temos as atividades de preparo do solo que movimentam as camadas superiores liberando N2O e CO2.
No entanto, é importante notar que o agronegócio também desempenha um papel crucial na busca por soluções para reduzir a pegada de carbono.
Práticas agrícolas sustentáveis, como a agricultura regenerativa, agroflorestas e técnicas de gestão do solo, podem ajudar a minimizar o impacto ambiental e promover a sustentabilidade no setor agrícola.
A busca por métodos mais eficientes, o uso de energias renováveis e a gestão responsável dos recursos naturais são fundamentais para mitigar a pegada de carbono associada ao agronegócio.
Por que é preciso calcular a pegada de carbono?
Calcular a pegada de carbono é crucial para entender e avaliar o impacto ambiental de atividades humanas, proporcionando uma visão clara das emissões de gases de efeito estufa.
A importância desse cálculo chama atenção, sobretudo, na conscientização,, permitindo que as pessoas compreendam como suas escolhas diárias afetam o meio ambiente e contribuem para as mudanças climáticas.
Ao identificar as fontes específicas de emissões, a pegada de carbono ajuda na formulação de estratégias para reduzir essas emissões. O monitoramento ao longo do tempo permite avaliar a eficácia das medidas implementadas e ajustar as práticas para torná-las mais sustentáveis.
Vale destacar também que informações sobre a pegada de carbono são ferramentas valiosas para a tomada de decisões sustentáveis.
Empresas e governos podem utilizar esses dados para adotar práticas mais ecológicas, investir em energias renováveis e desenvolver políticas ambientais eficazes. Além disso, calcular a pegada de carbono é uma prática comum em iniciativas de responsabilidade social corporativa, destacando o compromisso das organizações com a sustentabilidade e influenciando positivamente sua imagem.
Como calcular esse índice do carbono?
A avaliação da quantidade de gases que contribuem para o efeito estufa é feita a partir de alguns processos. Veja quais são:
- Identificação de fontes de emissão: nessa etapa é realizada a listagem das atividades, processos ou produtos que contribuem para as emissões de gases de efeito estufa. Isso pode incluir transporte, consumo de energia, produção de alimentos, entre outros.
- Coleta de dados: o segundo passo é obter dados sobre as atividades. Esse trabalho envolve o acompanhamento do consumo de eletricidade, quilômetros percorridos em veículos, consumo de combustíveis, entre outros.
- Conversão para CO2e: Diferentes gases de efeito estufa têm impactos distintos no aquecimento global. Portanto, as emissões são muitas vezes convertidas para equivalentes de dióxido de carbono (CO2e), gerando um padrão de indicador.
- Cálculo das emissões: com todos esses dados e a conversão realizada, é feito um conta de multiplicação dos dados de consumo pelas taxas de emissão associadas a cada atividade, essa conta resulta em uma estimativa das emissões totais em termos de CO2e.
- Avaliação do Ciclo de Vida (ACV): em alguns casos, é realizada uma ACV para considerar todas as etapas do ciclo de vida de um produto, desde a extração de matérias-primas até o descarte, levando em conta emissões indiretas ao longo do processo.
Após calcular a pegada de carbono, organizações ou indivíduos podem buscar compensações de carbono, investindo em projetos que reduzam emissões equivalentes em outro lugar.
Como neutralizar a pegada de carbono no agronegócio?
Neutralizar a pegada de carbono no agronegócio envolve a implementação de práticas sustentáveis e a compensação das emissões de gases de efeito estufa.
- Agricultura sustentável: investir em práticas agrícolas sustentáveis, como a agricultura regenerativa, que visa reduzir o revolvimento do solo, promovendo a saúde do solo e diminuindo as emissões de carbono.
- Manejo florestal responsável: evitar o desmatamento e, se possível, implementar práticas de manejo florestal responsável. As árvores atuam como sumidouros de carbono, ajudando a compensar as emissões.
- Uso eficiente de insumos: reduzir o uso de fertilizantes nitrogenados, que podem resultar em emissões de óxido nitroso, um potente gás de efeito estufa.
- Ampliar o uso de energias renováveis: adotar fontes de energia renovável para operações agrícolas, como a energia solar ou eólica, ajudando a reduzir as emissões associadas ao consumo de eletricidade.
- Fazer uma gestão eficiente de resíduos: adotar práticas de gestão de resíduos, sua reciclagem, incluindo a compostagem, para reduzir as emissões de metano provenientes da decomposição anaeróbica.
- Monitoramento contínuo: é fundamental contar com sistemas de monitoramento para avaliar continuamente as emissões e identificar áreas de melhoria. Isso permite ajustar as práticas de forma proativa.
- Compensação de carbono: por fim, quem está envolvido no agronegócio precisa investir em projetos de compensação de carbono, como reflorestamento ou projetos de energia renovável, para equilibrar as emissões inevitáveis. Isso pode ser feito por meio de programas de créditos de carbono.
Explicar de forma simples como a tecnologia é fundamental para que o agronegócio consiga reduzir o impacto ambiental sobretudo relacionado a pegada de carbono
Tecnologia para ajudar na emissão de carbono
Ao aproveitar tecnologias e inovações, o agronegócio aumenta toda a eficiência operacional, reduzindo desperdícios e adotando práticas mais sustentáveis, contribuindo significativamente para a diminuição da pegada de carbono.
Questões como a Agricultura de Precisão estão no centro deste debate. Aqui no no SNASH, temos startups do agronegócio focadas na sustentabilidade, criando soluções que contribuem, entre outras coisas, para a redução da emissão de gases, impactando diretamente no cálculo da pegada de carbono.